Quadros Pequenos
sábado, 8 de dezembro de 2007
1602

Século XVII. O ano é 1602. Na esteira da Contra-Reforma, a Inquisição recuperou seu poder na enorme onda de caça às bruxas. Espanha e Inglaterra encontram-se em guerra desde 1585. O grito dos condenados e a fumaça das fogueiras da Inquisição misturam-se aos estranhos fenômenos climáticos que, segundo dizem, prenunciam o fim dos tempos. Em meio a tudo isso, seres com fantásticos poderes começam a surgir e serem chamados de sangues-bruxos.

Publicado originalmente em 2003/2004, 1602 é uma das obras mais surpreendentes e inesperadas na área dos quadrinhos nesse novo século.Grande parte por culpa de Neil Gaiman. Com total liberdade criativa cedida pela Marvel (já que não alteraria o Universo Marvel Convencional), Gaiman nos apresenta, dividida em oito tomos, a sua incrível visão dos Heróis Marvel no século XVII.

Estão lá o Quarteto Fantástico, os X-Men, Nick Fury, Doutor Estranho, Demolidor, Capitão América, Thor, Hulk e Homem Aranha. Há também os vilões e anti-heróis como Magneto e a Irmandade, Doutor Destino, e Viúva Negra. Gaiman ainda teve colhões de não apresentar uma versão do Wolverine e ao introduzir um Homem Aranha sem poderes (chamado aqui de Peter Parquagh, assistente pessoal de Sir Nicholas Fury), os dois queridinhos da editora.

Jogar todo o crédito em cima de Gaiman, porém, seria injustiça. Se Neil é a mente da obra, podemos dizer que Andy Kubert é o corpo. Kubert registra belamente em imagens todas as maluquices (geniais, diga-se de passagem) do seu colaborador. Richard Isanove também tem sua parcela de culpa na qualidade de 1602. Sua colorização digital (da qual nem os fãs de pintura à mão poderão reclamar) dá o tom essencial para nos transportar para aquela época.

E quando tudo está ótimo, e a única coisa que nos resta temer é um final clichê (como bonzinhos vencendo malvados), Gaiman novamente nos surpreende com um final digno da excelência mostrada durante toda a história. Há alguns clichês, é claro, mas o saldo é imensamente positivo.

Ótimos diálogos (a maioria protagonizada por Fury e Stephen Strange), Personagens Marvel no século XVII, personagens históricos (Rainha Elizabeth e Rei James VI), referencias ao Universo Marvel Convencional (como a primeira capa do Quarteto), etc. Tudo se mistura na excelente, porém pouco conhecida (tanto aqui no Brasil quanto nos EUA) 1602. Esperamos que pelo menos a recente Edição Definitiva lançada pela Panini resolva essa situação no nosso país, afinal, 1602 é indicada para DCnautas, e obrigatória para Marvel Maníacos.

Nota: 9,5
Daniel Miguel
posted by Revista Nerd @ 08:15  
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