Quadros Pequenos
domingo, 9 de dezembro de 2007
Eden - Um Mundo Infinito

Depois de longo hiato, o mangá de ficção científica Éden está de volta às bancas brasileiras.
Depois de mais de dois anos, o leitor brasileiro pode voltar a ler o sensacional mangá sci-fi Éden. A Panini, mostrando grande compromisso com seus leitores, trouxe de volta o mangá que muitos consideravam “cancelado” após encostar na edição japonesa.

Como foi um dos primeiros trabalhos da multinacional dentro do gênero quadrinho japonês no Brasil, o mangá ainda apresenta algumas deficiências, como sentido ocidental de leitura (que só é possível com espelhamento das páginas o que torna todos os personagens canhotos) e onomatopéias traduzidas. Tudo que era deficiente na edição original foi corrigido, como nome dos personagens que foram readaptados.

Um dos principais destaques do mangá é o traço limpo e a narrativa fluida e cheia de ação de Hiroki Endo. Sua narrativa é direta e não é poluída. Um aviso para os que têm estômago fraco é não ler sob nenhuma hipótese esse mangá, pois traz cenas fortes de violência.

Mas a obra é muito maior do que isso. Por trás de um dos melhores roteiros já apresentados em uma história em quadrinhos, esta impressa uma das mais significativas tramas política e sociais já vista.Endo entrega uma trama épica com personagens tão bem estruturados e realistas(sem aliviar a barra para nenhum deles) que fica difícil não se chocar com a tamanha crueldade de algumas passagens.

Soma-se isso ao incrível trabalho de pesquisa, permitindo a movimentação da trama por vários paises, fielmente retratados, em um verdadeiro emaranhado de espionagem internacional que inclui alguns vizinhos da América latina bem próximos.

A referencia mais próxima ao trabalho de Endo é muito óbvia. Ele flerta diretamente com os trabalhos de Masamune Shirow,pai de “Ghost in the Shell”, principalmente nos aspectos mais políticos.Mas o faz com uma escala gigantesca e com um brilho próprio que deixaria o seu”professor” orgulhoso.

Parabéns a Panini por voltar a publicar essa obra tão importante aos amantes de quadrinhos.


Pony

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sábado, 8 de dezembro de 2007
1602

Século XVII. O ano é 1602. Na esteira da Contra-Reforma, a Inquisição recuperou seu poder na enorme onda de caça às bruxas. Espanha e Inglaterra encontram-se em guerra desde 1585. O grito dos condenados e a fumaça das fogueiras da Inquisição misturam-se aos estranhos fenômenos climáticos que, segundo dizem, prenunciam o fim dos tempos. Em meio a tudo isso, seres com fantásticos poderes começam a surgir e serem chamados de sangues-bruxos.

Publicado originalmente em 2003/2004, 1602 é uma das obras mais surpreendentes e inesperadas na área dos quadrinhos nesse novo século.Grande parte por culpa de Neil Gaiman. Com total liberdade criativa cedida pela Marvel (já que não alteraria o Universo Marvel Convencional), Gaiman nos apresenta, dividida em oito tomos, a sua incrível visão dos Heróis Marvel no século XVII.

Estão lá o Quarteto Fantástico, os X-Men, Nick Fury, Doutor Estranho, Demolidor, Capitão América, Thor, Hulk e Homem Aranha. Há também os vilões e anti-heróis como Magneto e a Irmandade, Doutor Destino, e Viúva Negra. Gaiman ainda teve colhões de não apresentar uma versão do Wolverine e ao introduzir um Homem Aranha sem poderes (chamado aqui de Peter Parquagh, assistente pessoal de Sir Nicholas Fury), os dois queridinhos da editora.

Jogar todo o crédito em cima de Gaiman, porém, seria injustiça. Se Neil é a mente da obra, podemos dizer que Andy Kubert é o corpo. Kubert registra belamente em imagens todas as maluquices (geniais, diga-se de passagem) do seu colaborador. Richard Isanove também tem sua parcela de culpa na qualidade de 1602. Sua colorização digital (da qual nem os fãs de pintura à mão poderão reclamar) dá o tom essencial para nos transportar para aquela época.

E quando tudo está ótimo, e a única coisa que nos resta temer é um final clichê (como bonzinhos vencendo malvados), Gaiman novamente nos surpreende com um final digno da excelência mostrada durante toda a história. Há alguns clichês, é claro, mas o saldo é imensamente positivo.

Ótimos diálogos (a maioria protagonizada por Fury e Stephen Strange), Personagens Marvel no século XVII, personagens históricos (Rainha Elizabeth e Rei James VI), referencias ao Universo Marvel Convencional (como a primeira capa do Quarteto), etc. Tudo se mistura na excelente, porém pouco conhecida (tanto aqui no Brasil quanto nos EUA) 1602. Esperamos que pelo menos a recente Edição Definitiva lançada pela Panini resolva essa situação no nosso país, afinal, 1602 é indicada para DCnautas, e obrigatória para Marvel Maníacos.

Nota: 9,5
Daniel Miguel
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World War Hulk

Após o (merecido) sucesso de críticas e vendas da espetacular Crise de Identidade em 2004, as editoras DC e Marvel passaram a investir em Maxiseries (sobre o controle de ótimos roteiristas e desenhistas). A cada ano, DC e Marvel aparecem com um “Grande Evento” (algo que elas faziam em um espaço de tempo um pouco mais longo). O problema é que, às vezes, as coisas não ficam como esperado.


Continuação direta de The New Avengers – Illuminat I e Planeta Hulk (roteirizada por Greg Pak), World War Hulk não cumpre o dever para que veio. A série é legalzinha, e nada mais que isso. A tal guerra mundial apresentada no título é nada mais do que um embate do Hulk (e seus Irmãos de Guerra) contra os Heróis Marvel e o Governo dos EUA. Dessa vez, a Marvel não consegue criar outro Grande Evento digno de ser lida por qualquer Marvel maníaco como em Guerra Civil. Mesmo WWH sendo desenhado por John Romita Jr., a idéia que fica é de uma enganação, seja pela suposta Guerra Mundial no título, ou pela promessa de uma ótima historia. Não podemos, porém, culpar Greg Pak por isso. Nos poucos momentos de diálogos que temos na história, presenciamos um roteirista competente por trás de toda aquela destruição.


Alias, esse é o grande problema em WWH. Há batalhas e destruição demais, e diálogos de menos (Nova York fica tão destruída que faz a destruição em Crise Infinita parecer brincadeira de criança). Talvez se a série fosse dividia em sete partes como Guerra Civil, Pak teria mais tempo para introduzir os diálogos na trama e nos apresentar uma minissérie tão boa quanto Guerra Civil. Por sinal, a história é tão curta, que a batalha final (Hulk Vs. Sentinela) termina e o final chega quando menos se espera, e a série é concluída de forma confusa e com uma morte totalmente desnecessária.


A história gira em torno da volta do Hulk para a Terra (após ser enviado para outro planeta por Homem de Ferro, Sr. Fantástico, Doutor Estranho e Raio Negro). Dessa vez, Hulk busca vingança por uma explosão (que ele julga o quarteto que o exilaram responsáveis) no planeta ao qual foi enviado, o que causou a morte de milhares de habitantes, inclusive da Rainha que estava esperando um filho dele (de gladiador, Hulk virou rei do planeta em eventos mostrados na saga Planeta Hulk).


Destaque para o início promissor (a luta entre Hulk e Raio Negro), os poucos momentos de diálogos (como a conversa entre Doutor Destino e o Hulk, por exemplo), a participação de personagens que pouco aparecem no Universo Marvel (Rick Jones e General Ross), e Hulk mais forte que nunca (“Ele nunca esteve mais furioso. Então ele nunca esteve mais forte” diz Doutor Estranho. Pura verdade).

Nota: 7

Daniel Miguel
posted by Revista Nerd @ 08:11   0 comments
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